Trekking em alta montanha no Peru – Partiu Caraz

O post de hoje é bem ao estilo do Vamos Fugir: perfeito pra quem gosta de se desligar do mundo, praticar esportes e ficar bem próximo à natureza. Nosso amigo Wyll escolheu a cidade de Caraz, no Peru, pra passar as férias com sua noiva, Aline, e fazer quatro trekkings incríveis. Neste relato ele conta como foi a experiência e ainda dá várias dicas sobre a viagem:

Por Wyllyan Gibelli

Não é uma decisão propriamente lógica escolher a pacata cidade de Caraz, no norte do Peru, com seus 20 mil habitantes e a cerca de 500 km de Lima, para passar suas férias. A menos que você esteja interessado em ótimas opções de trekking de montanha, mas, ainda assim, Caraz dificilmente estará indicada como destino no seu guia de viagens.

É muito provável que você, assim como eu, quando buscar opções de trekking no Peru encontre animadores textos sobre os trekkings a partir da cidade de Huaraz (cerca de 400 Km de Lima), mas eu gostaria de relatar alguns bons motivos para passar direto pela turbulenta Huaraz e descer no ponto final, direto na cidade de Caraz.

Eu e minha noiva, Aline, em uma estrada rural no Norte do Peru diante do Nevado Huascarán, a montanha mais alta do Peru

Quando tomamos a decisão de ir para Caraz, minha noiva e eu, nos baseamos somente no Google maps. Por lá observamos que Caraz está nos pés da cordilheira Blanca, local dos principais trekkings da região, como o de Santa Cruz, e que também parecia ser uma cidade muito menor, com menos altitude e mais agradável do que Huaraz.

Fechamos por e-mail com o único Hostel que tem website na cidade, o Grand Hostal Caraz Dulzura, e recomendamos!!, checamos que a Movil Tours tem saídas diárias de Lima para Caraz e, por fim, garantimos que há uma empresa de turismo na cidade, a Ponys Expeditions, muito boa também…

Já no hostel, encontramos dois franceses que nos mostraram que o Guia da Lonely Planet tinha várias dicas de Caraz, ao contrário da edição em português que não tem nada sobre a cidade. Baseado nesse sagrado guia, conversamos com um taxista da cidade e fechamos os principais passeios da região.

Trekkings a partir de Caraz…

Laguna Paron

No primeiro dia fomos a Laguna Paron – cerca de 1h30 de carro – um trekking curto, com 2 a 3 horas de caminhada contornando a Laguna e com vistas incríveis para os nevados da região, excelente para aclimatação, pois está a 4.200 metros.

Laguna Paron, a caminha margeia toda a laguna até a base do nevado Pirâmide

Canion del Pato

No segundo dia, seguindo a dica dos nossos amigos franceses, fomos ao Canion del Pato, que é um cânion formado a partir da junção de duas cordilheiras: a seca Cordilheira Negra com a nevada Cordilheira Blanca. Depois seguimos de carro até as estradas mais elevadas da cordilheira Negra, que segue paralela à cordilheira Blanca, e tem incríveis vistas panorâmicas dos nevados da região, incluindo a maior montanha do Peru, o Huascaran.

Canion del Pato, estrada bastante irregular corta toda parede lateral do Canyon, com boas vistas para os paredões e algumas pequenas trilhas que permitem entender essa imensidão

Panorama da Cordilheira Negra com a Cordilheira Blanca ao fundo

Laguna 69

No terceiro dia, seguimos para o famoso trekking da Laguna 69, a cerca de 2 horas da cidade de Caraz. No caminho passamos por Yungay, uma pequena cidade que, antes de um grande terremoto, no ano de 1970, era a maior da região e até hoje apresenta profundas marcas dessa tragédia. Também pudemos observar o tipo de vida dessas populações do interior do Peru, que vivem em casas feitas inteiramente de pedra e criam desde animais, como porcos, lhamas e Porquinho da índia – o chamado Cuy – até plantações comunitárias de Quinoa.
Depois de algumas horas de viagem, entramos no Parque Nacional Huascaran e logo chegamos às margens das duas sensacionais lagunas na quebrada Llanganuco.

Feira Livre na cidade de Yungay

O trekking rumo a Laguna 69 é simplesmente fantástico, tendo ao fundo o Nevado Huascaran, a maior montanha do Peru. A caminhada tem duração de 3 horas, ida, com uma ascensão de 600 metros até chegar à Laguna.

Laguna glaciar na quebrada Llaganuco, a mais de 3.800 metro sobre o nível do mar

Trekking Santa Cruz

No quarto dia nos despedimos dos nossos amigos franceses e contratamos a Ponys Expeditions para fazer o trekking Santa Cruz. A Ponys tem opções de grupos com guias e maior estrutura para o trekking, como a “Carpa Baño”, que é a barraca com um buraco no chão, que funciona como banheiro. Há também opções de fazer o trekking de 9 dias, chegando aos mirantes Norte e Sul do nevado Alpamayo, considerada a mais bela montanha do mundo (pra quem estiver com pique, deve ser muito legal!!).

Paisagem de montanha ao longo do trekking Santa Cruz, no norte do Peru, um dos principais destinos de caminhadas da região

Uma das inigualáveis vistas do Trekking Santa Cruz

Nós optamos por fazer o circuito de 3 dias somente com um carregador, o Alberto, e sua confiável Mula de carga, Chavo.

Já aclimatados, partimos com uma Van da agência até o início do Trekking (cerca de 2 horas da cidade) e depois seguimos por 3 dias, sem nenhum tipo de contato nem comunicação com o mundo, totalmente imersos em meio às montanhas do Peru nesse maravilhoso e singular trekking…

Eu e a Aline em uma das inigualáveis vistas do Trekking Santa Cruz

Preços e Percursos:

*Cotação em 01-dez-2014: 1 (So.) Soles = 0,85 (R$) Reais

Passagem São Paulo – Lima: R$ 1.100

Passagem de Ônibus Lima – Caraz (ida e volta, ônibus leito Movil Tours): So. 180

Hostal em Caraz (diária): Individual – So. 45 e Matrimonial – So. 70

Transporte (carro com motorista) para os passeios Laguna Paron, Canyon de Pato e Cordilheira Negra e Laguna 69: So. 300 por pessoa

Trekking Santa Cruz: USD 100 por pessoa, incluso aluguel de barraca, carregador e uma mula para levar os equipamentos. Os pacotes com guia, cozinheiro e todos os equipamentos, como saco de dormir e a tal “Carpa Baño” chega a USD 300.

Entrada do Parque Nacional Huascarán: So. 100 por pessoa

Dicas:

Alimentação: Os donos do hostel tem um restaurante turístico na cidade, o custo médio é de So. 30 por refeição por pessoa. Nos trekkings levamos frutas e sanduíches. No de Santa Cruz também levamos alimentos para cozinhar a noite.

Quando ir: Melhor época do ano é o inverno, entre os meses de jun-ago, que apesar de fazer mais frio não chove.

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