Viajar com uma mochila nas costas pode parecer aventureiro, arriscado e até “selvagem” demais para muita gente, e de fato é! Não selvagem no sentido de dormir no meio do mato e ficar sem tomar banho por alguns dias, nem arriscado a ponto ser assaltado ou se perder sem nunca mais encontrar o caminho de casa.O que quero dizer é que depois de fazer o tal mochilão percebi que ser aventureiro, selvagem ou se arriscar significa ter liberdade, escolher seu caminho, não se prender a horários, padrões ou obrigações.
Durante uma das nossas tantas viagens de ônibus, sacolejando ou congelando ao lado de bolivianos desconhecidos durante o nosso mochilão pela América do Sul, lembro de escrever a seguinte frase: “colocar uma mochila nas costas é muito mais do que uma opção para viajar com pouco dinheiro, é uma escolha”. Pode parecer estranho para quem nunca fez ou tem medo de viajar assim, mas visitar um lugar de maneira independente é a melhor forma de conhecer (de fato) este lugar. A “necessidade” de encontrar um local para dormir, pesquisar a melhor agência para comprar o passeio ou o restaurante que mais te agrada é, pra mim, liberdade. Só assim você pega um mapa para entender melhor a cidade e tem a oportunidade de andar pela rua, ver as casas dos moradores locais, conversar com alguns e principalmente conhecer de perto uma nova cultura.
Não tenho nada contra comprar um pacote na agência de viagens do shopping, ter um ônibus te esperando no horário e local marcados, um guia à disposição e a certeza de que se acontecer algum problema, o agente solucionará tudo em alguns minutos. É claro que esse conforto é bom e decisivo para muita gente que busca uma viagem de férias – e minha intenção não é criticar tal opção – mas isso é questão de gosto, de ponto de vista. Para nós o risco de encontrar um imprevisto, passar por perrengues – e depois rir deles – e ter de solucionar tudo isso com as próprias mãos é o que dá graça à viagem.
No mochilão para a América do Sul, sai de casa com a mochila abarrotada, mas a sensação de que a maior parte do que eu precisava estava ficando no meu armário. Na metade da viagem comecei a perceber que algumas peças continuavam dobradinhas, sem nunca terem saído do fundo da mochila e que não me faziam a menor falta. Quando voltei pra casa e olhei todas aquelas roupas que estavam na lista de extrema importância, percebi que não senti falta de nenhuma delas e que na verdade nem teria onde usá-las.
O estojo de maquiagem então, nem se fala. Gosto de me maquiar e evito sair de casa sem passar, pelo menos, base, rímel e um pouquinho de blush, por isso imaginei que por mais que estivesse em um mochilão, usaria minhas maquiagens, afinal sairíamos à noite nem que fosse para jantar. Arrumei, então, uma pequena bolsinha com o que julgava ser de primeira necessidade e só usei uma vez, na primeira noite! Não porque eu mudei de ideia e resolvi me revoltar contra quem usa maquiagem – continuo usando no dia a dia- mas porque eu percebi que realmente não precisava de tudo aquilo durante a viagem.
Tomar alguns banhos gelados, repetir uma roupa, bater de albergue em albergue até achar algum interessante com vaga disponível, fazer caber na mochila tudo aquilo que já está bagunçado lá dentro, dormir no saguão do aeroporto entre uma viagem e outra, decidir ficar mais um dia ou ir embora antes do previsto; pra nós, isso é ser selvagem, isso é ser livre, isso é ser mochileiro, isso é ser feliz!
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