Mônica e Renato passaram 20 dias na Itália viajando como dois mochileiros: visitaram 19 cidades, andaram muito de trem, buscaram hospedagens mais em conta, fizeram seu próprio roteiro, comeram onde quiseram, o que quiseram e na hora que quiseram, tudo isso, circulando com uma mochila de quase 30 quilos nas costas. Até aí, nada de novo né? A novidade é que o casal, ou melhor, meus pais, fizeram esta viagem aos 50 anos! *_* Lindos!!
O post de hoje tem o objetivo de mostrar que não há limite de idade pra fazer um mochilão, que essa tal aventura não é coisa só pra jovem e que dá pra viajar de forma independente, sem passar perrengue, ou viver de macarrão com salsicha ou compartilhar banheiros em albergues sujos. Queremos dizer que cada mochileiro tem seu estilo e deve respeitar seus limites, independentemente da idade. E o melhor exemplo disso é a experiência que eles tiveram (principalmente com as mochilas – vc vai entender abaixo) e as lições que eles tiraram disso. Ah, quem ficar interessado é só dar uma olhadinha neste outro post e ver o roteiro completo da viagem deles.
Por que vocês escolheram viajar de forma independente e não com uma agência? Quais as vantagens e desvantagens?
R: Porque além de ser uma forma mais barata de viajar, também permite (ou exige) que você conheça bem o lugar antes, para se planejar. É uma oportunidade para aprofundar conhecimentos. As vantagens são muitas, como não ficar preso ao que a agência oferece, não ter horário marcado para levantar (afinal nós estamos de férias!), poder escolher seu próprio roteiro, seus restaurantes e o melhor, não ficar esperando por outros passageiros atrasados!
As desvantagens são itens como ter que se inteirar dos trajetos, meios de transportes, pegar transporte público, comprar bilhetes de atrações antecipadamente (pela internet) ou ter que enfrentar fila, reservar hospedagem… Porém esses itens acabam permitindo que se conheçam melhor a realidade do local, e que se localize melhor geograficamente, tornando-se, a nosso ver, vantagens.
Como foi o planejamento da viagem?
R: Começamos a planejar uns 7 a 8 meses antes de viajar. Primeiro ¨estudamos a Itália¨ para verificar quais os pontos turísticos de cidades interessantes. Lemos muitos blogs de viagens, de agências de turismo e mochileiros para pegar dicas. Compramos tudo pela internet: passagem (decolar), hotéis (booking), passeios (sites das atrações ou GetYourGuide). Só não compramos as passagens de trem antecipadas, mas vimos os preços dos trajetos para podermos nos planejar financeiramente (não compramos antes os chamados passes com desconto, mas a diferença de preço não foi tão grande ao comprar na hora). Como não tínhamos experiência prévia com trens na Europa não quisemos arriscar comprando antes os bilhetes e perder o trem. Mas deu tudo certo e fizemos todos os percursos de trem.
Começamos por Milão, onde ficamos 3 dias. Conhecemos Como e o Lago de Como com suas cidades que estão nas margens, como Bellagio. Depois, Verona – 1 diária; Veneza – 3 diárias, conhecendo Murano; Bolonha – 1 diária; Florença – 3 diárias, conhecendo Lucca e Pisa e a Toscana, lugar que fizemos com carro alugado e conhecemos San Giminiano, Siena, Montalcino e Cortona. Fomos para Nápolis – 1 diária, aí pegamos um trem regional para Sorrento (litoral) onde ficamos 3 diárias, conhecendo Capri e Positano (Costa Amalfitana). Por fim fomos para Roma – 4 diárias. No último dia, voltamos de trem para Milão e de lá voltamos ao Brasil .
Vocês ficaram hospedados em B&B (Bed and Breakfast), certo? Como foi essa experiência? O preço é menor que o de um hotel? E o conforto?
R: Ficamos em B&B e achamos a experiência muito boa. Escolhemos quartos privativos, com banheiro, que eram bem confortáveis. O café da manhã era servido no hotel e pode-se dizer que era suficiente (frutas, pães diversos, frios, iogurte e etc). Somente no B&B de Verona era o próprio hospede que fazia seu café, e na verdade quase não havia nada pra comer (só bolachas!). Os outros superaram as expectativas! O preço é menor que o de um hotel. Geralmente são prédios comuns, eles dão a chave da portaria e do apartamento para seu livre acesso, e não há ¨recepção¨, principalmente à noite. Durante o dia, os funcionários fazem a limpeza, preparam o café e são muito simpáticos e prestativos.
Quais as diferenças entre um B&B e um albergue?
R: Nunca ficamos em albergues, mas pelo que sabemos os hospedes são muito jovens, há festas, compartilhamento de banheiros e dormitórios. Nossa experiência com B&B foi de um hotel comum, ou seja, mais tranquilo, hospedes de todas as idades, famílias, casais. Não há festas, ou seja, mais parecido com uma hospedagem de um hotel comum.
Vocês viajaram com mochilas ao invés de malas (por minha causa, eu sei! haha). Como foi essa experiência? Fariam de novo?
R:Sinceramente? Não. (hahahaha). Eu pessoalmente não consegui carregar a mochila por muito tempo (muito pesada!!) e acabou ¨sobrando ¨pro meu marido levar as duas!!! Ai, na terceira cidade comprei um carrinho com rodas, desses para malas, e coloquei a mochila nele como uma mala de rodinhas… Na próxima irei de mala de rodinhas!
Como se locomoveram entre as cidades e dentro delas? O transporte público da Itália é fácil de usar?
R: Entre as cidades viajamos de trem de alta velocidade (300km/h, muito bom e pontual). Dentro das cidades usamos metro, ônibus e andamos muito a pé. Não tivemos nenhum problema com o transporte publico da Itália.
Vocês passaram por lugares maravilhosos como Veneza, Roma, Costa Amalfitana e Toscana. Dá pra dizer qual deles vocês mais gostaram?
R: Gostamos muito de Verona, Veneza, mas ficamos impressionados com a beleza da Costa Amalfitana e da Toscana. São lugares diferentes entre si, o litoral e o interior, encantadores os dois!
Depois dessa experiência, pretendem viajar de forma independente outra vez? (alguma coisa vai ser diferente?)
R: Sim. Pretendemos fazer outras viagens parecidas, sem dúvidas. Mudaremos o estilo das malas (hahaha) e tornaremos o roteiro mais enxuto: visitar muitas cidades se torna cansativo. Quando chegamos em Roma já estávamos bem cansados.
O que vocês diriam pra alguém que acha que mochilão é “coisa de moçada” (como vcs dizem, rs)?
R: Pra quem quer fazer uma viagem ao estilo ¨mochilão¨, a única coisa que eu diria é que é necessário ser ¨jovem de cabeça¨, ter disposição, espirito aventureiro e gostar de novidades. E que não precisa ser , nem fazer nada ¨radical¨, apesar do estilo da viagem. Comemos bem, dormimos bem, passeamos muito e vivemos bons e inesquecíveis momentos!
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