Era 1° de janeiro, 10h da manhã e eu achei que ia encontrar todo mundo dormindo na minha homestay… Mas quando cheguei, lá estavam eles me esperando na porta: três garotinhos sorridentes com carinha de indianos, o pai e um cachorro da raça labrador, lindo! Logo em seguida chegou a mãe, que me recebeu com um forte abraço e já me mostrou o quarto onde eu ficaria.
Quando comecei a planejar meu intercâmbio já pensava em ficar na casa de uma família. A ideia de conhecer de perto a cultura deles, ver o que eles comiam, o que assistiam na TV e como eram as relações dentro de casa me encantava muito. Já tinha ouvido algumas histórias de pessoas que tiveram experiências negativas, por isso tinha certo receio: era minha primeira viagem totalmente sozinha para o exterior e eu não sabia o que esperar, principalmente de um país do outro lado do mundo, que é tão diferente do meu.
Levei um tempo pra decidir, mas resolvi seguir aquela curiosidade e assumir os riscos caso tudo desse errado. E foi uma escolha ótima! Sei que dei muita sorte com minha host family, mas também conheci muitas pessoas que também tiveram uma experiência maravilhosa, por isso sempre recomendo!
Como funciona
Como já disse neste post, a escola de inglês funciona como uma agência que trata diretamente com a família, faz uma pesquisa para ver se eles realmente estão aptos à receber os estudantes (ou se o interesse é só pelo dinheiro) e ainda administra nossa estadia no país e na casa daquelas pessoas. Se algo sai errado, você pode recorrer à escola e eles podem intervir.
Pontos positivos de ficar em uma Homestay
Pra mim foi fundamental ficar em uma homestay porque, além de conhecer melhor a cultura deles, pratiquei mais o inglês; conheci lugares que só pessoas que moram lá conhecem, como restaurantes e parques mais afastados do centro; conheci outros intercambistas que estavam na mesma casa e, durante todo o tempo que estive lá, não me senti sozinha nem um minuto. (Se você ainda está planejando o seu intercâmbio, este post pode te ajudar a decidir para onde ir)
Eu e minha amiga francesa organizamos, junto com os meninos, uma festa surpresa de aniversário para a Raj (a mãe).
Minha Homestay
Quando recebi a carta da escola sobre a minha host family foi a primeira vez que tive qualquer notícia de quem seriam de onde moravam. A carta falava que eles vieram de Fiji, eram induístas e já tinham recebido outros intercambistas, além de indicar o endereço da casa. Não sei se essas informações diminuíram ou aumentaram minha ansiedade, só sei que todo nervoso passou no exato momento que cheguei lá.
A cena da família me esperando na porta daquela casa super fofa acabou com qualquer medo. Logo depois que eu me acomodei e comi eles já me levaram pra passear em um parque, me chamaram pra brincar com eles e começaram a perguntar coisas sobre o Brasil.
Os dois meses que estive lá foram sempre assim, os meninos super curiosos e carinhosos, a Raj (a mãe) sempre me ajudando com o inglês, e todos muito receptivos. Mas é claro que existiam regras e nem todas eram tão agradáveis assim. A primeira delas era a internet, que eu podia usar à vontade, mas pagava 40 dólares por mês pelo wi-fi – eu achava muito caro, mas nem adiantava discutir. Outra regra era o banho: eu só tinha 10 minutos por dia e se passasse disso era repreendida, mesmo quando desligava a água para me ensaboar (coisa que ela não via). O problema é que meu cabelo é bem grande, difícil lavar e desembaraçar em menos de 10 minutos. Resultado: ficou um bagaço, né?! haha Outro ponto que incomodava os intercambistas (porque lá sempre tinha mais de um) é que na casa não entra nenhum tipo de carne vermelha, porque a religião não permite. Eles só comiam peixe e só cozinhavam frango para nós, aliás, quando voltei não aguentava mais comer frango! hahaha
E por falar em alimentação, quando você fica na casa de uma família o café da manhã e o jantar já estão incluídos no preço, por isso é sempre bom avisar com antecedência caso não vá fazer determinada refeição. Na minha homestay o jantar era por volta das 19h, por isso, quando eu ia atrasar, costumava ligar avisando pra que ela guardasse e já sabia o que esperar… a comida sempre era muito mais apimentada que o normal nesses dias!
Outras dicas
Algumas outras dicas importantes pra quem quer ficar na casa de uma família são: participe, nem que só um pouquinho, das atividades deles; brinque com as crianças; fale da sua cultura; demonstre interesse na cultura deles e, acima de tudo, respeite os costumes deles. Caso ache que tudo isso seria um sacrifício pra você, escolha outro tipo de acomodação porque não vai se adaptar.
Já que feijão é muito difícil de fazer, eu e as brasileiras fizemos strogonoff pra mostrar um pouco do que comemos no brasil
Gostou das dicas? Se você está pensando em fazer um intercâmbio – independente do país ou objetivo – e tiver alguma dúvida, é só perguntar pra gente. Se pudermos ajudar, será um prazer! É só deixar nos comentários. =)
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