11 km de trekking, 2h30 de rafting e um rapel. Esses foram os números da corrida de aventura, organizada pela equipe Olho d’água, em São Luiz do Paraitinga, que nós participamos. A experiência foi tão bacana que resolvemos dividir com vocês aqui no blog, como uma forma de divulgar este esporte e também incentivar aqueles que gostam de natureza, curtem atividades físicas, esportes radicais e adoram um bom desafio.
O espírito de cooperação e superação já começou antes mesmo da largada. Por se tratar de uma corrida amadora, os organizadores mobilizaram esforços de familiares e amigos para poder realizar o evento. Com certeza não foi tarefa fácil, mas a cooperação e boa vontade de todos superou as expectativas e a corrida parecia um evento profissional, tanto que contagiou a todos e refletiu na força de vontade e desempenho dos atletas.
Cada participante teve que superar seus próprios limites para vencer as várias dificuldades enfrentadas durante a prova, seja o cansaço na hora do trekking, a água acabando, um caminho errado, o medo de altura no rapel ou aquela bolha que se formou no pé, molhado por mergulhar no rio. Nesses casos, o respeito ao limite do parceiro ou até mesmo uma ajuda aos atletas de outras equipes, passaram a ser mais importantes do que a própria competição. E não há primeiro lugar que supera a sensação de ver cada um, inclusive você mesmo, vencendo seus próprios limites.
A etapa do rafting, por exemplo, foi muito desgastante, porém decisiva para a competição. Cada bote ia com 2 ou 3 duplas que precisavam cooperar entre si e, ao mesmo tempo, respeitar o limite de cada um. Enquanto alguns tiveram que se superar para concluir a etapa, outros firmaram uma parceria tão grande entre as duplas que conseguiram até ganhar posições.
Como funciona uma corrida de aventura
A maioria das corridas de aventura tem o percurso assim, dividido em diferentes modalidades de esportes radicais (normalmente o trekking, mountain bike, canoagem e técnicas verticais) e são realizadas sempre em contato com a natureza. Mas o que deixa tudo muito mais divertido é que nesse tipo de corrida não existe um caminho demarcado: você recebe um mapa ou uma planilha de navegação e tem que se guiar de acordo com as instruções contidas ali. A bússola é permitida, mas qualquer outro tipo de aparelho eletrônico (como celular ou GPS) é proibido.
O contato com a natureza é uma das coisas mais legais de uma Corrida de Aventura
Para participar, a pessoa tem que ter um bom condicionamento físico (porque o trajeto é bem puxado) e alguma noção de navegação – algumas provas, como a Haka Race, por exemplo, disponibilizam cursos de navegação para os competidores. As provas são realizadas, geralmente, em duplas ou quartetos (podem ser masculinas, femininas ou mistas) por questão de segurança, e demarcadas por Postos de Controle, os chamados PCs, onde os participantes registram sua passagem.
Os percursos costumam ser longos e desgastantes, mas os iniciantes não precisam desanimar. Existem provas menores ou com categorias voltadas para quem quer se aventurar nesse esporte, como por exemplo a Haka Mini Race, Adventure Camp, Campeonato Catarinense de Corrida de Aventura, Copa North -Turismo, UltraADV e muitas outras.
Equipe Olho D’agua
Formada em 2004 e integrada por Eduardo Yamada, Elói Ywasaki, Rafael Yamada e Rodrigo Yamada, a equipe já conquistou mais de 10 pódios, conquistando um vice campeonato em 2009, no Circuito Haka, e um campeonato em 2012, na Ultra Adventure.
Apesar dos títulos, um dos principais destaques da equipe foi o terceiro lugar alcançado por Eduardo e Rafael na Haka Expedition, em 2010. Com apenas 16 anos, Rafael foi considerado o atleta mais jovem a completar a prova, que tem 150 km e é realizada entre a Serra da Mantiqueira, São Luiz do Paraitinga e Pindamonhangaba.
Mas o sucesso dessa equipe não se deve apenas pela parceria: os atletas fazem parte da mesma família e moram em Santo Antônio do Pinhal, cidade da Serra da Mantiqueira conhecida pelo clima e relevo típicos de montanha, que ajudam na hora do treinamento outdoor. Segundo eles, basta colocar o tênis ou pegar a bike e sair de casa para aproveitar todos os morros e rios que a natureza oferece, bem no quintal de casa.
Equipe Olho D’água – Edu, Rafael, Rodrigo, Elói
Fotos: Nilton Tadashi e Eduardo Izumi
Vídeo: Trechos cedidos por Higor Matheus de Freitas Lima
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