Este post traz mais uma entrevista repleta de informações úteis, curiosidades e dicas bacanas pra quem pretende estudar no exterior. Desta vez, conversamos com a Fabiana, minha prima, que fez intercâmbio no Canadá em 2012. Ela passou três meses fazendo um curso de inglês na cidade de Toronto, no estado de Ontario, e diz ter adorado a experiência! Olha só:
Por que você escolheu o Canadá como seu destino de intercâmbio?
Escolhi pela qualidade de vida do país e também por oferecer o curso de inglês que eu procurava. Foi o país que ofereceu a melhor relação custo-benefício em termos financeiros e culturais.
Como o Canadá recebe estudantes do mundo todo, achei que seria mais fácil a minha adaptação, uma vez que a cidade de Toronto é mencionada pelos canadenses como a cidade mais multicultural do mundo.
Como vc lidou com o frio?
Eu fui no começo de abril, época de primavera, porém na primeira semana peguei frio de -8ºC durante o dia. Fui bem preparada pra passar frio e ver neve, levei roupa térmica, blusa de lã, gorro, luvas, enfim, fui encapotada.
O frio que peguei em Toronto não foi tão terrível assim, pois há muita infra-estrutura para aguentar baixas temperaturas, desde calefação nos transportes públicos, até transportes e galerias subterrâneas. Só passa frio quem quer!
Nessa primeira semana, vi a famosa neve, que no primeiro dia é linda, todos os turistas saem pra brincar e tirar fotos, mas depois de 3 dias a felicidade de ver sol já deixava saudade.
O custo de vida lá é muito alto?
O custo de vida em Toronto é muito relativo, tudo depende do estilo de vida de cada um. No meu caso, o custo de vida não foi muito alto, pois no meu pacote de intercâmbio estava incluso café da manhã e jantar, então eu só gastava dinheiro pra comer no almoço, teoricamente. Gastava um tanto para comer coisas diferentes durante o dia e comprar coisas que são muito mais baratas que no Brasil, como chocolate, por exemplo.
O transporte público, TTC em Toronto, tinha um custo médio de 100 dólares por mês, mas é um sistema integrado, que dá direito à ônibus, metrô, streetcar (ônibus elétrico), sem precisar pagar por cada passagem. Eu fazia tudo a pé e de transporte público, que lá funciona muito bem.
A ligação internacional para o Brasil tinha um custo alto, compensou a compra de um chip de celular canadense pré pago.
A escola oferecia atividades extra curriculares todos os dias, algumas pagas, outra não, sendo muitos passeios gratuitos. Aos fins de semana oferecia viagens pelo país ou para os Estados Unidos, que é bem próximo, já com acomodação e guias por um preço muito bom!
Logo, quem consegue se organizar bem em relação às finanças, consegue viver bem em Toronto, já que “Viajar é a única coisa que você compra que irá lhe fazer mais rico”.
O Canadá é um dos países com maior qualidade de vida do mundo. O que mais te chamou atenção em relação a isso?
Ir para um país desconhecido, com idioma diferente para passar um certo tempo, exige confiança. O que mais me chamou a atenção em relação à qualidade de vida no Canadá foi a segurança. Toronto é uma cidade muito segura, até difícil de acostumar. No começo me sentia insegura de sair a pé ou de metrô à noite e sozinha, mas com o passar do tempo vi que era normal e seguro.
Além da segurança, Toronto é uma cidade muito arborizada, limpa, organizada, ativa e um lugar onde as pessoas respeitam o espaço do outro.
Por que você escolheu se hospedar em homestay?
A escolha de homestay foi para ser obrigada a praticar o inglês, além de ter contato com pessoas nativas e também para não me sentir muito sozinha.
Como era o relacionamento com a família?
O relacionamento com a família era muito bom. Na verdade não era uma família, era só uma senhora de 80 anos que morava sozinha e alugava os quartos da casa para intercambistas. Ela era muito ativa e cozinhava muito bem, adorava mimar as pessoas que estavam com ela.
Resumidamente, qual era a sua rotina enquanto morava lá?
Minha rotina era bem diversificada, eu nunca ficava sem fazer nada! Queria conhecer todos os lugares e aproveitar todos os momentos. Durante a semana eu ia pra escola logo cedo, almoçava por lá e tinha aulas até as 16h todos os dias, pois o curso era super intensivo. Assim que terminava a aula eu fazia algum passeio com o pessoal da escola ou sozinha mesmo e ia pra casa para jantar. Como lá anoitecia bem tarde, aproveitava para fazer mais coisas e mais passeios depois da janta. Às sextas-feiras fazíamos festas na casa das pessoas e normalmente de fim de semana eu viajava com os pacotes da escola para outras cidades canadenses ou para os Estados Unidos.
Em relação ao inglês, qual era seu nível antes do intercâmbio e o que mudou depois dessa experiência?
Antes de viajar o meu nível já era considerado bom, por sempre ter feito aulas de inglês aqui no Brasil e também por ter trabalhado em uma multinacional. Como fiz um curso de inglês intensivo durante a viagem, voltei com o inglês fluente.
E sobre a experiência como um todo, quais foram os principais aprendizados? Você acha que alguma coisa mudou em você depois dessa viagem?
A experiência de morar fora foi um desafio como um todo, porém muito gratificante. Pensar em inglês todos os dias não é fácil e ficar longe de todo mundo que vc gosta também não, mas é uma experiência única que vai muito além do aprendizado de um outro idioma.
O intercambio no Canadá superou minhas expectativas, me tornei uma pessoa muito mais independente e segura, com uma visão de mundo distinta e maior, com valores diferentes dos que eu tinha antes.
Você recomendaria o Canadá para outros intercambistas? Por que?
Eu recomendaria o Canadá pra todo mundo! É um país sensacional, onde aprende-se muito e onde as pessoas são muito respeitadas.
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