Qual é a companhia ideal para viajar?

Depende…
Depende de qual é o seu objetivo, da finalidade da sua viagem, do tempo que você pretende ficar e até de quanto dinheiro pretende gastar. Viajar sozinho, com um ou mais amigos, família ou de casal é uma escolha que só você pode fazer, e mesmo assim existe o risco de dar errado. Sim, por que você pode ter um melhor amigo, se dar muito bem com ele e na hora da viagem rolar um conflito de interesses. Isso é normal, principalmente em viagens mais longas, o não significa que a amizade acabou!

Tem gente que gosta de viajar sozinho justamente pra não ter esse problema. Ser dono do próprio horário, escolher o destino sem precisar discutir ou negociar com alguém, fazer o que bem entender, comer o que bem entender e na hora que achar que deve. Além disso, uma das principais vantagens de viajar sozinho é se conhecer, se entender, se bastar e muitas vezes ser seu melhor amigo – o que com certeza te faz crescer e desenvolver sua autoestima e autoconfiança.

Ainda falando em amizades, tem quem pense que viajar sozinho é uma escolha solitária, triste e introvertida, mas na verdade é o contrário. Quando você viaja sozinho, dificilmente fica sozinho. Isso por que, na maioria das vezes, você fica mais aberto à conhecer as pessoas, conversar, puxar assunto e principalmente, aproveita qualquer oportunidade para ter uma boa companhia na hora de tomar uma cerveja. Pra quem fica em albergues, essa aproximação é garantida, já que eles fazem muitas festas e o próprio fato de dividir um quarto com outras pessoas te induz a fazer amizades. Um ótimo exemplo foi o meu intercâmbio para a Nova Zelândia, quando já fiz amizade logo na escala no aeroporto de Buenos Aires.

O lado negativo de viajar sozinho é que sempre vai chegar o momento de se despedir dessas pessoas que se tornaram seus “amigos de infância” e então você volta a ficar sozinho e recomeça o ciclo de conhecer novas pessoas, puxar novos (ou os mesmos) assuntos e fazer novos “melhores amigos” para ter com quem dividir as alegrias, descobertas, fotos e cervejas.

Quando você viaja em grupo isso já não acontece. Você tem sempre companhia e diversão garantidas. Qualquer jantar simples vira uma verdadeira festa, o que é uma delícia! Mas justamente por estar cercado de amigos, nem sempre vocês estarão abertos a conhecer novas pessoas e fazer mais amizades, mas isso varia de um grupo pra outro e depende muito do objetivo da viagem.

Outro lado negativo de estar em grupo é que, dependendo da quantidade de pessoas e da intimidade que você tem com elas, as decisões podem ser mais complicadas. Cada um pode querer comer em um lugar diferente, fazer um passeio mais caro que o previsto ou demorar muito na hora de se arrumar pra sair. Nessas horas, a sugestão é fazer valer a democracia e respeitar a opinião da maioria.

Uma dica muito importante independente de quem você escolha para viajar, é deixar alguns pontos bem claros antes de embarcar, como por exemplo: “meu esquema é gastar pouco, pode ser?”, “a ideia é ficar em um albergue com quartos coletivos e cozinhar por lá, topa?”, ou até mesmo “estou indo para fazer compras, o que acha?!”, e por aí vai… Assim, você se certifica de que seus companheiros estarão na mesma vibe que você e a chance de sucesso da viagem será muito maior. Foi o que aconteceu em nossa viagem ao PETAR. Fomos num grupo de 5 amigos, e todos na mesma pegada de gastar pouco, acampar e acordar cedo para aproveitar ao máximo as cavernas e cachoeiras da região.

A mesma coisa vale para uma viagem com um(a) amigo(a) só. Por mais que a convivência do dia a dia seja ótima, nunca esqueça que vocês vão passar 24 horas por dia juntos, tomar todas as decisões em conjunto e ainda ter que aguentar momentos de mau humor matinal, fome excessiva e ajudar na hora da bebedeira. Vale pensar antes de fazer o convite! O lado positivo é que você vai ter com quem dividir o táxi, nunca vai estar sozinho em uma festa ou nos quartos coletivos dos albergues e, o mais importante, sempre vai ter com quem compartilhar todos os momentos incríveis e as histórias mais engraçadas!

Essa mesma lógica de viajar com um amigo vale pra quem viaja de casal, com a diferença de que tudo é mais romântico. E romance não é sinônimo de passeio sem graça, mas sim de companheirismo, amizade, paciência e respeito pelas preferências do outro. É saber colocar na balança aquilo que você mais gosta de fazer, combinado ao que seu parceiro curte, e planejar uma viagem super bacana para os dois. É claro que nem todos os casais conseguem achar um meio termo entre camping na montanha e compras em Nova York, mas o importante é não ser tão extremista e tentar encontrar gostos em comum. Porque não um destino que combine trilhas de dia, com centros de compras à noite? (Se nem isso der certo, é melhor repensar sua relação!)

Na maioria das vezes, viajar de casal é uma experiência que não te priva de aventuras, vocês podem fazer novas amizades, compartilhar momentos inesquecíveis, se tornar mais companheiros e amigos, acumular histórias para um dia contar aos seus filhos e, principalmente, conhecer melhor um ao outro.
Eu sou suspeita pra falar sobre isso, pois adoro viajar com o Ulisses! Sempre deu tudo muito certo entre a gente e, por incrível que pareça, tivemos pouquíssimas discussões (nada além do “dirige mais devagar!” e coisas do gênero) durante todas as nossas viagens, e olha que já fizemos até um mochilão pela América do Sul. Aliás, nosso mochilão foi um tiro no escuro… a gente tinha menos de um ano de namoro, só nos encontrávamos aos finais de semana e resolvemos passar 26 dias juntos, viajando! Foi arriscado e tinha tudo pra dar errado, mas deu muito certo… voltamos ainda mais unidos, amigos e companheiros. Não é à toa que vai dar casamento né?! ;)

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