Que cidade gostosa! Siem Reap nos surpreendeu positivamente logo nas primeiras horas de viagem… depois de uma experiência não tão boa em Hanói, no Vietnã, não tinha lugar melhor pra repôr as energias. Ficamos apaixonados logo de cara por aquele calorão, pelas pessoas suuuper simpáticas, pela comida deliciosa e princialmente pela história do Camboja.
Siem Reap é totalmente preparada para receber turistas, já que é a porta de entrada para conhecer Complexo de Angkor, considerado Patrimônio Mundial da UNESCO. Mas se engana quem pensa que os famosos templos são a única coisa que tem pra fazer em Seam Reap… é claro que são a principal atração e você vai “gastar” a maior parte do seu tempo com isso, mas também tem muitas outras atrações turísticas interessantes.
Neste post nós vamos mostrar o roteiro de viagem por Siem Reap, contar um pouco sobre o chocante genocídio do Khemer Rouge e dar várias dicas para aproveitar sua estadia. A primeira delas: esteja preparado pra não querer ir embora! hehehe
O que fazer em Siem Reap – roteiro de 4 dias
Nós ficamos 4 dias inteiros em Siem Reap e nosso roteiro de viagem foi assim:
1º dia – Templo Wat Preah Prom Rath + Templo Wat Thmei (de bike) + Pub Street
2º dia – Angkor Wat (com pôr do sol) + jantar rápido (pq vc vai voltar podre!)
3° dia – Angkor Wat + Old Market + Night Market + Pub Street
4º dia – Angkor Wat + Old Market + Night Market + Pub Street
Angkor Wat
Vou começar com a cereja do bolo… Angkor! É um dos lugares mais sensacionais que já estivemos na vida. Ele não pode ficar de fora do seu roteiro de viagem pelo Camboja de jeito nenhum! O Angkor Wat é a principal atração turística de Seam Reap. Ele é um complexo gigante de 400 Km², com vários templos construídos no século IX que funcionavam como uma cidade. Após a guerra com o Império Sião (atual Tailândia) a população deixou a cidade e os templos foram “engolidos” pela selva e só foram encontrados novamente em 1850.
É lá que fica o famoso templo Ta Prom e aquela árvore enorme invadindo as ruínas, sabe? É onde foi gravado um dos filmes “Thomb Rider”, da Angelina Jolie. Mas muito além da fama do cinema, a energia de lá é algo que não tem como descrever só com palavras ou fotos… É muito impressionante! E pra melhorar, o complexo todo é ENORME, cheio de história e detalhes em cada parede. É tão grande que você precisa de vários dias para visitá-lo (e também de um post próprio e bem completo pra contar tudo direitinho, inclusive a história…é só clicar aqui pra ler).
Só pra vc entender, funciona assim: você compra o ingresso lá na entrada e escolhe se quer o tícket para 1, 3 ou 7 dias e cada dia você visita um ou vários templos diferentes. Aí é só contratar um tuk tuk ou alugar uma bike e seguir. Também existem vários pacotes de agências com guias em inglês, depende do que você quer…
Quando custa o ingresso para os Templos de Angkor:
Ingressos por pessoa:
1 dia – US$ 20
3 dias – US$ 40
7 dias – US$ 60
Como chegar nos templos de Angkor:
1º dia (small circuit) – U$D15 (para o casal, incluindo o pôr do sol)
2 º dia (Big Circuit) – U$D18 + U$D7 para o nascer do sol
3º dia – U$D 20
O que fazer em Siem Reap além do Angkor Wat?
Templo Wat Preah Prom Rath
Atrás do nosso hotel e bem pertinho da Pub Street, o templo é bonito, colorido e transmite uma paz gostosa, a não ser por uma estátua meio macabra que fica ali na lateral! haha É interessantes, mas não imperdível.
Quanto custa/ duração: A entrada é de graça e você não vai levar nem 1h pra conhecer…
Aluguel de bike
Logo no primeiro dia resolvemos alugar uma bike pra dar um rolê e descobrir novos cantinhos da cidade. Essa é uma dica pra quem não sabe o que fazer em Siem Reap além de Angkor: alugue uma bike e saia explorando! Lá o trânsito não é tão caótico quando o do Vietnã, então dá pra andar de bicicleta sem morrer nas primeiros 100m. hahaha
Quanto custa/ duração: gente é MUITO barato… 1 dólar por dia!!!
Templo Wat Thmei
Alugamos a bike justamente pra poder visitar este templo. Ele é um pouquinho mas afastado (3km do centro), mas dá pra ir pedalando de boa. Na verdade ele não é tão conhecido nem está na rota turística da maioria das pessoas, mas acho que vale ser visitado principalmente pra quem não tiver planos de ir para Phnom Penh.
O templo conta um pouco da história do regime ditatorial Khemer Rouge através de fotos, cartazes e, errr, ossos. Sim, é isso mesmo que você leu! Lá tem uma stupa (espécie de torre que os budistas constroem sobre restos mortais de pessoas importantes como forma de homenagem) que guarda alguns ossos e crânios das vítimas deste massacre. O templo tem uma energia MUITO pesada e nós saímos de lá exaustos, mas mesmo assim é um passeio interessante pra conhecer melhor essa história tão triste.
Mas o que foi o Khemer Rouge?
Pra quem não está entendendo nada, aí vai uma explicação resumida: o Khemer vermelho foi um regime imposto pelo Partido Comunista da Kampuchea, liderado pelo ditador Pol Pot entre 1975 e 1979.
Seu objetivo era estabelecer um reforma social, onde apenas os trabalhadores rurais sobreviveriam. Por isso, as pessoas consideradas intelectuais, ligadas ao comércio, religião, algum tipo de arte ou educação, foram perseguidas, levadas para os campos, forçadas a trabalhar em condições extremas e, na maioria das vezes, executadas. As crianças também foram separadas de seus pais para “não serem contaminadas por ideologias capitalistas” e doutrinadas nos princípios comunistas.
Pra se ter uma noção da dimensão deste massacre, no dia 17 de abril de 1975, o governo evacuou e destruiu toda a capital Phnom Pehn. O lema do partido era “Não existe beneficio em mantê-lo vivo. Não existe prejuízo em destruí-lo“. E estima-se que o genocídio tenha matado 2 milhões de cambojanos.
Em 1978, o exército do Vietnã invadiu o Camboja e conseguiu acabar com o genocídio, mas o Khemer Rouge continuou lutando em algumas regiões, até que seu último refúgio foi descoberto em 1998.
O mais impressionante é que essa história é muito recente e nós pouco conhecemos. Eu mesma só fiquei sabendo que tudo isso aconteceu quando comecei a planejar nossa viagem. O episódio do Khemer Rouge foi considerado um dos piores massacres do século 20 e, por incrível que pareça, a população do Camboja não deixa transparecer que passou por algo tão terrível, há tão pouco tempo. As pessoas lá são muito sorridentes, alegres e simpáticas… um turista desavisado vai e volta sem nem cogitar que algo dessa dimensão aconteceu por lá.
Fontes de pesquisa: Wikipedia, Infoescola, Cambodia Tribunal
Old Market de Siem Reap
O Old Market fica bem no centrinho de Siem Reap, entre a Pud Street e o rio. Lá você vai encontrar de tudo e mais um pouco pra vender. Muitas banquinhas com roupas e acessórios e bijuterias e quadros e enfeites e e e… muita coisa legal! E bem lá pro meio ainda tem gente vendendo frutas, verduras, peixe seco, cobra seca, frango e por aí vai.. hahaha A melhor parte é que os preços são bem bons, mas é preciso pechinchar muito pra não ser explorado. Se vc souber negociar ou simplesmente disser que achou caro, eles perguntam quanto você quer pagar e chegam a dar descontos de 70, 80%.
Horário: abre de manhã e fecha por volta das 18h.
O que fazer em Siem Reap à noite
Night Market
É a mesma ideia do Old Market, só que só funciona à noite. Também tem muita coisa legal pra vender, mas nós achamos mais sem graça. Não sei se é sempre assim, mas todas as vezes que nós demos uma passadinha por lá estava totalmente vazio.
Pub Street e arredores
Se vc está procurando o que fazer em Siem Reap à noite, não pode deixar a Pub Street de fora. Ela é o fervo da cidade! Uma rua com mil opções de bares e restaurantes, a maioria tocando música e lotada de gente. Tanto ali quando nas ruas lá perto, você vai encontrar muita comida típica, barraquinhas de suco <3, carrinhos de panqueca, frutas, sorvete e várias comidinhas por preços bons. Nós comemos várias vezes e nunca deu ruim, então achamos mais limpinho que os da Kao San Road, em Bangkok.
Sobre restaurantes legais, nós encontramos um que adoramos! O nome dele é Little Khemer Café e fica bem em frente ao Old Market. Cada prato lá saía cerca de U$D 3 ou 4!
Ah, outra dica: o darft berr (caneca de chopp) custa só 0,50 cents de dólar e compensa mais que a garrafa. que sai por U$D 3.
Resumindo: Siem Reap e o Camboja no geral é tudo de bom! Comida gostosa, preços ótimos, população super simpática e atenciosa, caloooorrr (não sei se isso é um ponto tão positivo, pq é realmente muuito quente) e muito história rica e interessante. Nós adoramos e até nos arrependemos de não ter colocado mais cidades do Camboja no nosso roteiro de mochilão pelo Sudeste Asiático. Dizem que as praias são incríveis e ainda mais vazias que as da Tailândia… mas fica pra próxima! ;)
Onde se hospedar em Siem Reap
Nós ficamos hospedados bem próximo ao Old Market, no hotel Angkor Breeze Central Villa. Hotel simples, sem luxo, mas super confortável e preço justo. Mas se quiser mais indicações de hotéis em Siem Reap, não deixe de ler o post Onde se hospedar em Siem Reap, no Camboja.
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