Como já dissemos no primeiro post sobre os templos de Angkor, o complexo é gigantesco e abrange muito mais que apenas o famoso Angkor Wat. Ao todo, o parque tem 400 km² de área, considerando os templos, os monumentos históricos e a parte ocupada pela floresta. Só nos três dias que estivemos por lá, conseguimos conhecer 12 templos diferentes, cada um com uma característica própria.
Como é muito coisa e obviamente ninguém precisa saber de tudo isso antes de conhecer, nós resolvemos fazer um post pra você saber identificar qual é qual e o que cada um deles tem de mais especial e único, além de contar um pouquinho da história. Não vamos entrar em muitos detalhes porque isso você aprende quando estiver lá, mas já dá pra ter uma noção do básico do que te espera e poder reconhecer quando der de cara com eles… Acompanha aí:
Por dentro dos Templos de Angkor – Small Circuit
Começando pela ordem dos passeios que nós fizemos, os primeiros são os templos do Small Circuit (os do Big Circuit estão neste post). Só lembrando que nós fizemos no sentido contrário do original pra evitar muvucas. Foi do jeitinho que está aqui:
Prasat Kravan
É um templo até que pequeno se comparado aos outros, mas muuuuito detalhado. Todas as paredes tem coisas escritas e Deuses esculpidos! Ele é lindo, mas nós gostamos de ter ido lá primeiro pq acho que ficaria menos impressionante depois de ver os outros. Só pra contextualizar, ele foi construído no século 10 em homenagem ao Deus Vishnu, do Hinduismo.
Banteay Kdei
Fica em frente ao Lago Srah Srang, que tem uma vista bem bonita. Este é um templo budista construído para abrigar um santuário entre os séculos 12 e 13, que já tem uma arquitetura diferente do anterior e dizem ser uma miniatura do Preah Khan. Logo na entrada nós já ficamos encantados com “A Cara” (como nós carinhosamente apelidamos) no topo do portal.
Lá dentro, o templo é cheio de detalhes e muitos corredores e janelas, onde daria pra passar algumas horas, viajando… Na parte de trás, as ruínas chegam a ficar pequenas do lado de uma árvore gigantesca: a sensação é de que você está em um desses filmes em que toda a humanidade desaparece, sabe? Meu irmão achou a foto meio macabra, mas o lugar não é não! hahahaha
Ta Prohm
De longe o meu preferido! Pelo pouco que vi no filme já tinha gostado (este é o do Tomb Raider!), mas nada se compara à energia de estar lá… a atmosfera criada por aquelas raízes enormes invadindo as ruínas é algo impressionante! Se você gosta de história e pontos turísticos que envolvam algo de místico, vai se apaixonar tanto quanto eu por este lugar!
Este templo também foi construído entre os séculos 12 e 13 e seu nome original era Rajavihara, que significa Monastério Real. Ele é um dos mais interessantes do complexo porque foi escolhido pela École Française d’Extrême Orient para ser deixado como exemplo do estado em que os templos foram encontrados na época do descobrimento de Angkor, no século 19. Por isso, muitas das pedras estão caídas e a vegetação é mais presente entre as ruínas… uma ideia genial, né?!
Dica: com certeza o Ta Prohm é um dos mais lotados, mas como invertemos a ordem do tour, chegamos em um momento até que tranquilo… #ficadica ;)
Ta Keo
…Ta Keo Pariu… Haja escada pra subir naquele calor! hahaha (Lógico que rolou a piadinha né?!) Mas pode subir que vale a pena, a vista da floresta é bem legal. Pra ser sincera, depois de visitar o Ta Prohm, acabei não vendo tanta graça no Ta Keo, mas achei interessante porque a arquitetura é diferente.
Ele foi construído entre os séculos 10 e 11 e tem cinco torres santuários construídas no nível mais alto da pirâmide (formada pelos degraus), que são uma representação simbólica do Monte Meru, a montanha sagrada nas religiões Hinduísmo e Budismo.
Angkor Thom
Construído no século 12, Angkor Thom – que significa “A Grande Capital” – tem 900 hectares e é totalmente cercada por um muro e um fosso. Hoje, grande parte é tomada pela floresta, mas originalmente a cidade foi construída para ser a sede do Império Khemer e abrigar grande parte da população. Dentro dos muros de Angkor Thom estão localizados alguns dos principais templos e monumentos do complexo, como por exemplo: Bayon, Baphuon e o terraço dos elefantes.
Bayon
Com arquitetura tipicamente Khemer, o Bayon é bem marcante. Ele é considerado um dos templos mais enigmáticos e complexos que já existiu, tendo sido reverenciado tanto por praticantes do hinduísmo, quanto do budismo, em fases diferentes. Hoje em dia, ele possui 37 torres, a maioria com 4 “Caras” (lindas, na minha opinião) apontadas para os pontos cardeais. Ah, todas as paredes são mega detalhadas e o templo tem tantas galerias e molduras de portas que chega a dar uma sensação de efeito de espelho, sabe?
Está no meu top 3, sem dúvida!
Baphuon
Conhecido também como a torre de bronze, o Baphuon demorou 51 anos pra terminar de ser restaurado. Isso porque, durante o regime do Khemer Rouge o trabalho foi interrompido e os estudos que mostravam as posições corretas das pedras foram destruídos. A restauração só foi retomada em em 1995 e completamente finalizada em 2011, quando o templo foi aberto à visitação.
Já pensou o trabalho que deu pra encaixar todas essas peças “no escuro”?! E o resultado ficou perfeito… olha aí que coisa mais linda:
Dica: não é permitido entrar de short nem regata neste templo.
Terraço dos Elefantes
Com 300m de comprimento, foi construído para ser a praça real e palco para todas as festas e celebrações do reino.
Angkor Wat
Não é a toa que ele dá nome a todo o complexo e está no centro da bandeira do país. Angkor Wat é o maior, mais famoso e mais procurado de todos os templos do Camboja. Aliás, ele é considerado a maior estrutura religiosa, um dos maiores tesouros arqueológicos do mundo e um dos maiores projetos de engenharia da história, já que foi construído sobre um pântano. A obra foi iniciada pelo Rei Suryavarman II na primeira metade do século 12, com objetivo tanto de servir como capital do império (antes da construção do Ta Prohm) quanto como templo religioso, dedicado ao Deus Vishnu. Por falar nisso, você sabia que Angkor Wat significa “Cidade-Templo”, em sânscrito?
Cercado por um fosso de 190 metros de largura, o templo de muuuito grande. Não só a área construída, mas também tudo que a cerca (no total são 200 hectares), por isso é preciso mais tempo pra conhecer tudo e apreciar com calma. Confesso que, como foi um dos últimos templos que visitamos no dia, acabamos não ficando tão atento aos detalhes das paredes e à história de cada um deles (pq é muita coisa), mas tem atração suficiente pra passar uma manhã todo só lá.
Para entrar no templo você passa por uma ponte sobre o fosso, atravessa uma espécie de portal e logo dá de cara com aquela imagem maravilhosa que está na capa de todos os textos ou livros sobre Angkor (inclusive deste post). A coisa é realmente impressionante! Aquelas 6 torres super trabalhadas em formato de flor de lótus e tão típicas da arquitetura Khemer deixam qualquer um de queixo caído. Nas laterias, além do gramado e da floresta há lagos menores próximos ao templo, que por sinal, são o melhor ponto para tirar esta foto clássica ;)
E tinha um porco nadando! haha
E lá dentro os detalhes são infinitos… Pra todo canto que você olha tem estátuas de Deuses esculpidas nas paredes, recortes interessantes e até paredões desenhados de ponta a ponta com cenas retratadas em livros ou ligadas ao cotidiano do reino.
Na parte de trás do templo há outra construção bem interessante também. Ela não é tão grande nem detalhada quando o Angkor Wat, mas por ser mais afastada recebe menos turistas e é o lugar perfeito pra sentar e apreciar toda aquela beleza, meditar, pensar na vida e sentir a energia daquelas construções (e que energia!) sem muvuca por perto.
Dica 1: Não é permitido entrar de regata nem shorts acima do joelho, então é bom levar um chale, ir de camiseta, calça ou bermuda comprida.
Dica 2: Lá é o local ideal pra ver o sol nascendo.. lindo mesmo! Fica esperto aí que na parte 2 deste post nós vamos falar mais sobre isso… e neste post aqui, vc pode ver o vídeo com os nossos melhores momentos e um time lapse mto massa que nós fizemos por lá.
Phnom Bakheng
Este é um templo que mistura Hinduísmo e budismo, construído no século 9. Não posso te dizer muito sobre a beleza das ruínas, porque na verdade fomos pra lá bem no finalzinho da tarde do primeiro dia pra ver o pôr do sol. Pra chegar até lá a gente teve que subir um morro enorme e entrar em uma fila gigantesca pra subir as escadas do templo, já que só 400 pessoas podem ficar lá no topo por vez. O problema é que todo mundo que sobe no final da tarde quer ver o pôr do sol e é comum lotar antes de chegar sua vez…. Foi o que aconteceu com a gente! Ficamos horas esperando pra finalmente subir e ter essa vista totalmente frustrante =/
Dica: Então, tente chegar cedo lá, umas 16h é mais seguro. (o sol se poem às 18h).
TOP 3
Ah, pra quem ficou curioso, meu top 3 é: Ta Prohm, Angkor Wat e Bayon ;)
Fontes de pesquisa: Ancient Angkor book, Lonely Planet – Southeast Asia, Wikipedia, Obivius
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